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Eu e o Mateu
by crispassinato on March 28, 2004
:)
Cris Passinato
Messages:

Nossa!!!! Recebi isso aqui, fiquei passada e quero publicar, quem sabe seja um alerta!


Livre Pensar

Ano III - Número 567 - 28 de março de 2004
Do ponto mais Oriental das Américas - João Pessoa - Paraíba - Brasil





"As loucas baladas dos paulistinhas endinheirados"



AOL - 18:53 - 19/03/2004
As loucas baladas dos paulistinhas endinheirados
Ecstasy, cocaína, maconha, champanhe, sexo grupal e muita arrogância. A
reportagem da AOL acompanhou uma balada da "Geração $", formada por filhos
da alta sociedade paulistana
Por Rodrigo Brancatelli



A estudante de Administração Nicole*, de 21 anos, estará daqui a algumas
horas desmaiada no quarto 231 do Hospital Alvorada, na zona sul de São
Paulo, com a sua calça Gucci suja de vômito e com um cateter na veia por
meio do qual ela receberá altas quantidades de glicose para rebater o efeito
do excesso de álcool. Nicole mal irá se lembrar de, no espaço de
horas, ter fumado dois cigarros de maconha, tomado um ecstasy na forma de
coração e outro na forma das orelhas do Mickey Mouse, bebido uma garrafa
inteira de champanhe Möet et Chandon e ter feito sexo com dois garotos que
nunca viu na vida.

"Comigo tem que ser assim mesmo. Tudo aos extremos", diz a garota, filha de
um conhecido empresário do ramo têxtil. "Gosto de dar para um monte de
caras, de misturar Prozac com champanhe, de cheirar cocaína até meu nariz
sangrar. E não me importo com a sua opinião moralista, típica da classe
média. Tenho dinheiro suficiente para não me preocupar com você ou com mais
ninguém. A minha felicidade está na minha conta bancária", diz ela ao
repórter enquanto se prepara para a balada.

Nicole faz parte de uma geração escancaradamente frívola e preconceituosa,
formada por filhos de gente muito rica. É a "Geração $", como eles gostam de
se definir. Têm a vida inteira pela frente e nenhuma preocupação com
assuntos que assombram outras pessoas, como falta de dinheiro ou necessidade
de escolha de uma profissão para ganhar a vida. O que mais querem é curtir a
juventude com o que acham que têm direito, incluindo drogas, sexo e uma boa
dose de sentimento superioridade. Não há limites para eles. Escravos da
estética, preocupam-se apenas com a próxima balada ou com a próxima compra.
E a decisão mais importante que precisam tomar é qual dos cartões de crédito
usar na hora de pagar a conta.

"Eu sou o tipo de pessoa que os pobres e a classe média odeiam porque posso
torrar R$ 5 mil em um vestido para usar apenas uma vez e depois encostá-lo
no armário", diz Nicole ao repórter. "Não consigo ficar assistindo tevê em
casa ou trabalhando em algum escritório estúpido na frente de um computador.
Estou acima disso tudo. O dinheiro dos meus pais me
possibilita curtir a vida sem preocupações e sem falsos moralismos".

Enquanto fala da vida, Nicole manda o motorista do seu Mercedes preto se
apressar. O relógio Armani no pulso, avaliado em R$ 2 mil, avisa que já
passa das 23h e todos seus amigos devem estar esperando furiosos na frente
da Disco? conhecida como a balada mais cara e restrita de São Paulo, no
bairro de Vila Olímpia, zona Sul da cidade. É sábado à noite, e a noite
de São Paulo nem imagina o que Nicole e seus endinheirados colegas vão
aprontar.

"Demorei porque a besta da empregada esqueceu de passar a minha calça
Gucci", brinca a garota com os amigos ao descer do carro.
"Definitivamente não dá para confiar em pessoas de cabelo pixaim." Fernanda,
filha de um banqueiro que mora no Rio de Janeiro e que mantém apartamento em
São Paulo para temporadas, ri escandalosamente da observação da amiga
Nicole.

Além de compartilhar da visão do mundo, as duas são fisicamente parecidas.
Morenas, baixinhas e superproduzidas. "Empregada é uma droga mesmo", diz a
carioca de 20 anos que largou recentemente a faculdade de Publicidade e
ainda não decidiu o quê estudará a seguir. Ela veste um modelito exclusivo assinado
pelo estilista Alexandre Herchcovitch. "Todas as empregadas são ignorantes.
É por isso que elas têm de ganhar salário m ínimo. É o valor da suas
mediocridades."

Fernanda está acompanhada de mais três meninas que aparentam ter a mesma
idade e de dois garotos já mais velhos, com mais ou menos 25 anos. Todos têm
pais ilustres, duas são filhas de empresários bem sucedidos, a outra é
herdeira de um fazendeiro do interior paulista, o garoto loiro é filho de
político. Apenas um deles é uma incógnita. Seu nome é Carlos, e sua
origem nunca foi colocada em discussão pelos colegas. "Um dia apareceu do
nada em uma balada, dirigindo um Porshe Boxter e com muitos ecstasys no
bolso. Não precisou explicar de onde vem para ser incluído na turma" explica
Nicole.

A fila na frente da Disco quase dobra o quarteirão, mas uma nota R$ 50 na
mão do segurança é o suficiente para que Nicole e seus amigos a furem. A
entrada custa R$ 70 para homens e R$ 35 para mulheres, mas eles desembolsam
mais R$ 100 cada um para ter direito a entrar no camarote. "Somos VIP's,
merecemos tratamento diferenciado", diz Fernanda, enquanto abre uma garrafa
de champanhe Möet et Chandon a primeira de sete que serão consumidas na
noitada, ao custo de R$ 120 cada.

No camarote, fica mais fácil para Carlos disfarçar uma carreira de cocaína
que prepara em cima de uma mesinha de madeira. Os amigos brincam que ele tem
o nariz nervoso, não consegue ficar um dia sequer longe do pó. Fernanda
percebe o gesto e corre para filar um pouco da droga enquanto Nicole, do
outro lado do camarote, amassa a roupa cuidadosamente escolhida com um rapaz
mais velho que acabara de encontrar. Dias depois, procurada pela reportagem
da AOL, a direção da Disco, por meio da assessoria de imprensa, diria que os
clientes pegos com drogas no interior da casa são colocados para fora.
Depois de duas horas e R$ 890 gastos em bebidas, o grupo decide deixar a
balada e procurar algum outro lugar para terminar a noite. Ou melhor, para
começá-la de fato. "Vamos para a minha casa, hoje não tem ninguém lá, meus
pais estão viajando", sugere Fernanda. "Podemos comprar umas bebidas, ligar
para uns amigos e fazer a festa lá mesmo. Com quantas pessoas será que eu
vou transar hoje?"


A idéia de Fernanda até que foi comportada para os seus padrões. Da última
vez que convidou os amigos para ir até a sua casa no Jardim Lusitânia. Uma
mansão na zona Sul de São Paulo com três salas, sete quartos, duas cozinhas,
um pátio que se derrama na parte dos fundos com a piscina, uma edícola
destinada aos hóspedes dos donos da casa e, num canto, um canil, abrigo de
três cães, dois deles belíssimos huskies siberianos, ela pagou três
prostitutas e dois garotos de programa para animar a reunião. De outra vez,
fez uma vaquinha e comprou 100 gramas de cocaína. Tudo foi consumido na
mesma noite. Os amigos da garota contam que ela, numa das baladas que deu,
fez sexo com três amigos de infância na piscina, ao mesmo tempo, enquanto os
vizinhos viam e ouviam tudo.


São quase três horas da madrugada e as pajeros, mercedes e BMW's começam a
se enfileirar na porta do número 482. Em pouco tempo, há cerca de 25 jovens
no local. Todos da turma são muito parecidos. Os garotos vestem camisa de
algum estilista famoso e caro, Herchcovitch, Sommer ou Haten, e calça jeans
igualmente exclusiva, mas que pareça estar bem suja. Já as meninas só usam
preto, sempre de marca estrangeira, e não desgrudam de suas bolsas Louis
Vuitton abarrotadas de ecstasys, maconha e, eventualmente, camisinhas.

A festinha particular começa a esquentar com uísque 12 anos misturado com
energéticos. Fumaça de charuto e música eletrônica tomam conta da sala
principal da mansão de dois andares. Para deixar as meninas mais
"soltinhas", os garotos preparam um drink especial com vodca, suco em pó
light e comprimidos de ecstasy picados em pedacinhos microscópicos.
Quando elas se derem conta, já estarão dançando coladinhas sem as blusas e
dando beijos calientes umas nas outras, no meio da sala decorada com uns
poucos móveis antigos, de estilo europeu.


Para a maioria delas, não faz a menor diferença saber se tomaram drogas
misturadas à bebida porque a intenção é ficar doidas mesmo. "Essas garotas
aí estão loucas para dar", aponta o estudante de Administração Thomás, de 22
anos, herdeiro de um médico famoso e amigo de longa data de Fernanda.
"A única coisa que elas têm para fazer na vida é gastar o dinheiro da
família. As mais novas, aliás, são as mais danadas. Eu, por exemplo, transei com
muita menininha filha de 'sei-lá-quem' dentro do meu Civic ou em banheiros
de baladas. Já 'tracei' muitas Lolitas Pilles por aí".


Balada na Disco em São Paulo


Thomás se refere à escritora francesa de 19 anos, que chocou o mundo ao
descrever tudo o que se passa no mundinho milionário de Paris no seu livro
de estréia, Hell. A tradução em português chegou às livrarias do Brasil no
final de 2003 e vem ocupando lugar de destaque nas prateleiras das
livrarias. Nascida em berço de ouro e patricinha assumida, Lolita Pille
passou boa parte de sua vida torrando o dinheiro dos pais nas lojas mais
caras da capital francesa, desrespeitando regras de trânsito, enchendo a
cara em hotéis de luxo e dançando até de manhã nas boates da moda.
Quando se cansou da farra, a garota escreveu 224 páginas denunciando a sua
geração da forma mais crua possível. A galera endinheirada de Paris não
perdoou. Lolita Pille passou a ser barrada nas baladas VIP's. "A 200 km/h
pelas ruas de Paris, onde não é bom caminhar quando estamos no volante,
misturamos álcool com cocaína e cocaína com ecstasy", escreve. "Eu sou um
produto da Think Pink Generation. Minha crença: seja bela e consuma. Sou a
musa do deus 'Aparência', sob o altar do qual eu queimo alegremente todo mês
o equivalente ao seu salário".

Os relatos de Lolita poderiam muito bem ter sido escritos pela paulistana
Nicole, pela amiga Fernanda, ou por qualquer uma das meninas que dançam e se
beijam sem blusa na sala de estar da casa de piso de mármore claro do bairro
paulistano de Jardim Lusitânia. "Entrei numa boate aos 14 anos e nunca mais
sai", confessa a escritora francesa em Hell, numa de suas muitas tiradas
infanto-niilistas. "De qualquer maneira, o que fazemos é vergonhoso. (...) E
daí? É você quem paga a conta? Enfim, por hora está bom para mim. Minha
única preocupação é o vestido que vou usar hoje..."


O uso de drogas na mansão de Fernanda é tão disseminado que até cinzas de
cigarro chegam a ser confundidas com cocaína e cheiradas sem que ninguém
note a diferença. Num canto da sala, três caras fumam maconha e dividem uma
pedra de ice, droga sintética, derivada da anfetamina, que parece um cubo de
gelo, sem se importar com a presença de um estranho, o repórter da AOL.

Noutro, duas adolescentes que não aparentam ter mais de 15 anos cheiram um
vidro inteiro de B-25, ou cloreto de metileno, mais conhecido como cola de
acrílico. E isso sem falar nas cápsulas de efedrina, de efeito estimulante,
oferecidas como se fossem balas de goma.


Nicole, então, já usou e abusou de tudo nesta festa. E mesmo assim ela ainda
quer mais. Em uma só tacada, engole dois comprimidos de ecstasy que estavam
jogados em cima da bancada americana, plantada no meio da espaçosa cozinha
principal, toda equipada com eletrodomésticos em aço inox. Um comprimido é
rosa na forma de coração e o outro azul na forma das orelhas do personagem
Mickey Mouse. "Tô bem, tô bem, ainda tô sóbria", balbucia, pouco antes de
tropeçar em uma cadeira e cair estatelada no chão.

Dois caras levantam Nicole e carregam o seu corpo praticamente inanimado
para uma das suítes do primeiro andar da casa. É o quarto dos pais de
Fernanda que a essa altura está chorando copiosamente no banheiro, em uma
crise nervosa causada pela cocaína. Nicole acorda e puxa os dois garotos
desconhecidos para a cama, tira as calças e começa a fazer sexo sem se
preocupar com os olhares curiosos dos que estão olhando pela porta aberta. O
show não dura muito tempo, minutos depois, Nicole levanta correndo e tenta
chegar até o banheiro. Em vão. Ela acaba vomitando em cima de um dos
garotos, no piso de mármore. Vomita tanto que sai até bile.


"Sério que eu fiz tudo isso mesmo?", perguntaria Nicole mais tarde, enquanto
deixava o quarto 231 do Hospital Alvorada. O braço direito até dóia de tanta
glicose que foi injetada na sua veia. Com olheiras enormes, sua amiga
Fernanda só tinha forças para responder afirmativamente com a cabeça.
"Que saco! Eu sempre apago nos melhores momentos. Mas tudo bem, semana que
vem tem mais. Fê, você tem certeza que não foi um plantonistazinho de merda
que me atendeu? Porque esses residentes não sabem de nada, ganham uma
merreca... Não posso ser atendida por um imbecil qualquer."

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Essa coluna é editada por Ivaldo Gomes e colaboradores. Se por acaso você não deseja continuar recebendo, basta dar um retorno pedindo para retirar. Se quiser indicar alguém para receber, basta solicitar pelo e-mail [email protected] @ Todas as matérias poderão ser reproduzidas desde que citada a fonte. O Livre Pensar não envia arquivos executáveis anexados à suas mensagens.


"Quem sabe contentar-se está sempre saciado".
Tao Te King
crispassinato - Mar 28, 2004

Tem tudo a ver com o assunto vícios, meu Deus, sou mesmo muito CARETA, eheheheh



Pacto de Silêncio
A imprensa não para de trazer à tona o resultado de pesquisas médicas que cada vez mais evidencia como é danoso o hábito de fumar(vide abaixo o editorial da Folha de São Paulo sob o título "Efeitos do Tabaco"). O que é estranho é o pacto de silêncio aos malefícios do hábito de ingerir bebidas alcoólicas. Isto por que os males do alcoolismo são até mais evidentes que o do tabagismo que se manifesta em prazos muito mais longos . Agora, por exemplo, vem à tona o resultado de uma pesquisa que revela os danos do tabagismo sobre a capacidade cognitiva do cérebro. Mas os danos ao cérebro provocados pelo alcoolismo são muito mais cedo manifestados e muito mais evidentes que os danos provocados pelo tabagismo. Assim, é de se desconfiar que o pacto da mídia com as indústrias de bebidas alcoólicas fazem obscurecer a doença social que é o alcoolismo que desgraça vidas, inutiliza para as atividades laborais, destrói famílias, reduz a capacidade de raciocínio e desabilita para a cognição. Só há uma forma de se justificar esta indiferença em relação aos males do alcoolismo que é a dinheirama das indústrias de bebidas alcoólicas gasta em publicidade. Neste ano estima-se que as verbas de publicidade destas indústrias, especialmente as cervejarias, atinjam R$ 600 milhões. Aí o pacto não seria mais para o silêncio . Mas para a omissão culposa, corrupta, sem compromisso com os interesses superiores com o povo brasileiro e com a nação.
Didymo Borges

FolhaOnLine - 27.Mar.04
EFEITOS DO TABACO
É difícil encontrar no mundo, hoje, alguém que ignore que o hábito de fumar faz mal à saúde. Os prejuízos são mais evidentes para os sistemas respiratório e cardiovascular, embora o uso de tabaco já tenha sido relacionado a vários tipos de câncer, não apenas o de pulmão.
A novidade é que cientistas demonstraram que o fumo também está correlacionado ao declínio cerebral. O estudo, publicado na revista "Neurology", foi feito com 9.209 pessoas na Dinamarca, na França, na Holanda e no Reino Unido, pelo grupo de pesquisa Eurodem (Ação Conjunta da Comunidade Européia para a Epidemiologia da Demência).
Os pesquisadores aplicaram questionários para avaliar o estado mental a homens e mulheres com mais de 65 anos e concluíram que, entre os que nunca fumaram, o declínio das atividades cognitivas se dava a uma taxa de 0,03 ponto percentual por ano. Entre os fumantes, o índice foi de 0,16 e, entre ex-fumantes, 0,06.
Uma possível explicação para o fenômeno está no fato de que o uso crônico do tabaco provoca aterosclerose e eleva a pressão arterial, aumentando assim o risco de acidentes vasculares (derrames) e de lesões a pequenas áreas do tecido cerebral.
O interessante desse estudo é que ele contradiz pesquisas anteriores sugestivas de que a nicotina teria um efeito protetor para o cérebro, particularmente contra o mal de Alzheimer. Mas, como observou Amanda Sandford, porta-voz da ASH (Ação sobre o Fumo e Saúde), "é mais provável que a inalação constante de uma substância venenosa tenha efeitos negativos do que positivos". Uma hipótese para o "efeito protetor" é a de que os fumantes morrem antes de atingir a idade em que o mal de Alzheimer se torna mais freqüente.
Embora amplo, o trabalho ainda precisa ser corroborado por outros estudos antes que se possa incluir a demência como uma das moléstias provocadas pelo hábito de fumar.

crispassinato - Mar 28, 2004

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