Pirenópolis forma com Goiás Velho o patrimônio colonial do Estado. Seu acervo histórico é menor do que o da antiga capital – por esse mesmo motivo – e está menos conservado. É uma bela cidadezinha, com casinhas e ruas de pedras. E tem um grande acervo natural, formando por matas de cerrado e muitas cachoeiras. A cidade começou como povoado, em 1727, numa área onde habitavam índios caiapós. Chamava-se Minas de Nossa Senhora do Rosário de Meia Ponte, por causa do garimpo no Rio das Almas. A Matriz de Nossa Senhora do Rosário, a principal do período no interior da Colônia, foi construída de 1728 a 1732, em taipa de pilão e adobe, com telhas de barro. Até hoje talvez seja a principal igreja do Estado. Mas é triste vê-la hoje. Foi destruída por um incêndio em 2002. O ouro mesmo teve seu apogeu depois de 1750, quando a cidade ganhou mais igrejas. Restam hoje ainda a do Nosso Senhor do Bonfim e a de Nossa Senhora da Boa Morte da Lapa, ambas daquele ano. A partir dos anos 1800, com a decadência das minas, a cidade voltou-se para a agricultura e o comércio de algodão e cana, além da pecuária. Em 1819, iniciou-se um tradição que tornou Pirenópolis conhecida nacionalmente nos tempos modernos: a Festa do Divino. As cavalhadas, contudo, começaram pouco depois, em 1826. A vila foi promovida a Cidade de Meia Ponte em 1853. E em 1890, ganhou o nome atual, por causa da Serra dos Pireneus – daí Pirenópolis, ou cidade dos Pireneus. A partir de 1930, com o início da construção de Goiânia, passou-se a explorar o quartzito-micáceo, que no Estado todos chamam de Pedra de Pirenópolis – na casa dos meus pais em Goiânia, que foi construída por meu avô em 1958, boa parte da fachada está recoberta pela pedra. Brasília deu novo ânimo econômico à cidade, intensificando a exploração da pedra. A ligação de asfalto só veio em 1980. Vieram então os hippies, que montaram comunidades e passaram a produzir artesanato, e os turistas. Em 1989, o centro histórico de Pirenópolis tornou-se patrimônio nacional. Hoje, a cidade recebe muitos turistas. Tem bons restaurantes e pousadas e está se voltando para o ecoturismo. Também é ligada ao esoterismo, talvez pela proximidade com Brasília. E tem muitos artesãos e artistas. O mais conhecido é Maurício Azeredo, designer fluminense que se mudou para lá e desenvolve um belo e premiado trabalho em móveis de madeira. As fotos começam em http://fotola.com/berylium/fiume/document-fiume4356e50f5629f.html Basta ir clicando em NEXT para ver a série. |