A Cidade de Goiás é a antiga capital do Estado. Todos a chamam de Goiás Velho. É pequenina, ainda quase uma vila ao pés da Serra Dourada (a que dá nome ao estádio de futebol). Foi fundada em 1727, quando o bandeirante paulista Bartolomeu Bueno da Silva (o filho, que herdou do pai o nome que lhe havia sido dado pelos índios, Anhanguera -- ou Diabo Velho) desbravava o interior da colônia portuguesa em busca de ouro e pedras. De início, chamava-se Vila de Sant'Ana. Pouco depois, passou a Vila Boa de Goyaz, por conta dos índios goyazes, que viviam na região e acabaram extintos. Pertenceu à Capitania de São Paulo até a criação da de Goyaz, em 1744. Perdeu a condição de capital já na República, nos anos 1930, com a construção de Goiânia. Goiás Velho conserva o calçamento de pedras irregulares, as pequenas casas coloniais, as capelas, as igrejas, o povo simples, interiorano, acolhedor. Tem doces conhecidos (destaque para o pastelinho, uma adaptação dos pastéis doces da culinária portuguesa, e para os alfenins, pequenas e bonitas esculturas de açúcar). Preserva também suas tradições, sobretudo a Procissão do Fogaréu, uma encenação da perseguição a Cristo ao som de tambores e à luz dos archotes, realizada há mais de 200 anos na quarta-feira da Semana Santa. É a terra do pintor Siron Franco. Mas seu principal personagem é uma velhinha simpática, que viveu quase 100 anos. Ana Lins de Guimarães Peixoto Bretas, a Cora Coralina, contou em versos as histórias da cidade, seus moradores, seus becos -- "Na velhice dos muros de Goiás o tempo planta avencas" Em 2001, Goiás Velho recebeu o título de Patrimônio da Humanidade. |